No Sétimo Selo, Max van Sydow joga xadrez contra o Ceifador Sinistro. O retrato da Morte como um homem pálido sob uma capa preta se tornou um ícone cultural. |
"O Sétimo Selo" (1951) é um filme do diretor sueco Ingmar Bergman e que hoje é considerado "por quem entende" como um dos maiores tesouros do cinema mundial. Até mesmo eu, que não entendo, tenho que concordar: esse é do peru mesmo!
A história gira em torno do cavaleiro Antonius Block (interpretado por Max von Sydow; sim, o exorcista), que partira às Cruzadas em busca de Deus, mas não O encontrara em lugar algum. Enquanto realiza o seu retorno a uma Suécia sendo infestada pela Peste, ele se depara com próprio Anjo da Morte vindo para roubar a sua vida. Block, no entanto, faz uma proposta: que eles se enfrentassem num duelo de xadrez e, se guerreiro vencesse, sua vida seria poupada; caso contrário, ele comeria capim pela raiz.
Esse é um filme que tem uma característica de que eu gosto muito, mas que recentemente foi meio chutada para escanteio: o simbolismo, mais precisamente, o simbolismo cristão. O principal tema do filme, feito pouco depois da devastadora WWII, é o do silêncio de Deus. Dentre suas várias cenas marcantes, achei uma particularmente sutil.
Trata-se de quando Block encontra uma bruxa prestes a ser queimada. Supondo que, se o Diabo existe, ele deve certamente saber aonde Deus está, o cruzado pede a moça para encontrar o dito cujo. Ela, por sua vez, responde que o Diabo está em toda parte, podendo ser visto nos olhos dela. Mas quando o cavaleiro fita o olhar dela e não enxerga nada, ele se desespera.
Assista à cena:
Seriam o Vazio, Deus, o Diabo e o Medo a mesma coisa? Ou será que a nossa falta de fé nos tornou covardes?
O Sétimo Selo (em sueco: Det sjunde inseglet). Dirigido por Ingmar Bergman, estrelando Max von Sydow, Bengt Ekerot, Gunnar Björnstrand e Nils Poppe. Nota: 5/5.
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