quinta-feira, 4 de abril de 2013

Uma homenagem a Roger Ebert!

ou FILMES A QUE EU ASSISTI NOS ÚLTIMOS TEMPOS


Coração Satânico (inglês: Angel Heart), 1988, dirigido por Alan Parker.

 


Um dia eu tava na sala de um dos meus professores favoritos no IME, quando eu vi que tinha um cartaz de algum filme do Robert De Niro, escondido atrás de um armário. Depois de ficar uns 5 meses curioso, eu o perguntei de que filme era o quadro e, num ato sinistro, ele me disse que era de um tal de "Coração Satânico"!

Pô, genial a idéia de se colocar uma tela de algo com esse nome num escritório! Cada dia mais, esse professor vira o meu ídolo. (Mesmo que em inglês o nome seja Coração de Anjo, mas... que seja...)

O filme é sobre um detetive particular chamado Harry Angel, atuado pelo Mickey Rourke. Como ele é de 1988, cara, o Mickey tá bem diferente do que ele está, por exemplo, no "The Wrestler"! (é, eu nunca recomendaria uma carreira no boxe se você quer continuar bonitão.) Pois bem, Angel é contratado pelo misterioso Louis Cypher (de Niro) para achar um fulano, atendendo pelo nome de Johnny Favorite, que fora um músico famoso, mas que desaparecera havia 12 anos. E assim que a investigações começam, as coisas paulatinamente transitam para um clima de pesadelo, quando várias pessoas relacionadas a Favorite são uma-a-uma assassinadas após serem interrogadas por Angel.

É sensacional! Eu gostei muito dos seus aspectos noir, como o simbolismo impresso através dos ventiladores, escadas e elevadores. E eu também achei o máximo como ele rasteja de um thriller de detetive para um filme de terror sobrenatural e finalmente para um terror psicológico. Com De Niro e Rourke exuberantes, os últimos 10 minutos são uma das coisas mais brilhantes que eu já vi. Nota: 4/5



Cabo do Medo (inglês: Cape Fear), 1991, dirigido por Martin Scorsese.



Há 14 anos, Max Cady (de Niro, de novo!) foi preso pelo estupro e espancamento de uma garota de 16 anos. Uma vez solto, ele começa a arquitetar a vingança ao seu ex-advogado (Nick Nolte), que poderia ter evitado a sua condenação, mas deliberadamente não o fez.

Um remake de um clássico de 1962, ele é estupendamente inteligente, mas achei o seu andamento acelerado demais para que ele conseguisse criar alguma intimidade com o espectador. Quer dizer, tá bem abaixo de outras coisas que o Scorsese fez, como "Taxi Driver" e "The Departed".

Mas eu sou um fresco! Ver o Robert De Niro interpretando um misto de Freddy Krueger com Wanderlei Silva numa espécie de Livro de Jó moderno é um refresco para a alma. Nota: 3/5



Dredd (inglês: Dredd), 2012, dirigido por Pete Travis.



(Não é o com o Stallone!) Eu vou usar a sinopse do IMDB:
"In a violent, futuristic city where the police have the authority to act as judge, jury and executioner, a cop teams with a trainee to take down a gang that deals the reality-altering drug, SLO-MO. "
Na primeira vez eu vi o pôster dele, achei que ia ser zoado. Entretanto, eu tinha lido que ele era bom e, já que eu não tinha nada a perder, eu fui conferir. PUTZ! UM BRINCO!

Bom, antes de mais nada, não é um filme pra tudo mundo. Se você achou a onda de filmes distópicos e gorísticos dos anos 80 nojenta (como o meu favorito "RoboCop"), eu recomendaria que você fosse ver... sei lá... Crespúsculo tá bom? (Ah, você pode também deixar de ler o meu blog! :D) Agora, se "Distrito 9" te deixou feliz por uma semana, bom, "Dredd" é tão maravilhoso quanto! Nota: 4/5




Inverno de Sangue em Veneza  (inglês: Don't Look Now), 1973, dirigido por Nicolas Roeg.


Outra película sinistra na lista... aquele final, aquele final! AHHHHH!

Não é mentira que é um filme de terror, mas seria sacanagem com o mundo dizer só isso dele. É uma obra cinematográfica! É um pedaço de arte!

Com efeito, os seus experimentos visuais e narrativos se confundem, de fato, com um quadro cubista! Além disso, o filme aborda temas clássicos como o choque entre razão e a emoção, a falta de comunicação e as diferenças entre ser e parecer. E mais do que isso, ele fala de esperança.

Como no "o Iluminado", se tem também um caráter sentimental às assombrações, que as faz transcender o seu característico aspecto paranormal. Conta a história de um casal devastado recentemente pelo falecer da filha. Os dois, então, vão para Veneza, onde o marido (nada mais, nada menos que Donald Sutherland, o pai do Jack Bauer) é contratado para reformar uma igreja; e eis que uma vidente surge no caminho deles e lhes diz notícias do Além... a sua criança estaria tentando lhes alertar! A Morte ronda a Sereníssima cidade italiana!

Acho que não vou falar mais nada. Que não sabe rezar, xinga a Deus! Mesmo eu tecesse todos os elogios possíveis a ele, a minha grosseria ainda seria um xingamento. Assista-o por você mesmo. É uma ordem! Nota: 5/5



Roger Ebert (18 de junho de 1942 - 4 de abril de 2013) foi (e é, pô) a minha referência, uma vez que o assunto é crítica cinematográfica. Eu comecei a lê-lo, quando eu consultava a Wikipédia e via que ele tinha opiniões bem parecidas com as minhas! Apesar de hoje eu discordar pra caramba dele, não só sobre filmes como "a vida em si" (título de sua autobiografia), mermão, não tem pra ninguém: o cara é o cara! (Como diria o Neto, ele é hours concurs.) Que Roger e o seu eterno parsa, o the great late Gene Siskel, estejam tretando em outra dimensão!